sábado, 30 de agosto de 2014

A hitória da minha gestação

Quanto tempo não venho aqui né? Quem me acompanha pelo instagram @foconamagreza percebe que lá sou mais ativa que aqui no blog. E que ultimamente sumi dos dois. E tem uma explicação: tenho me ocupado bastante com a gestação, sido muito ativa e além dos hormônios da gravidez que nos deixam mais quietinha no final.

Meados do segundo trimestre da gestação passei a ficar mais introspectiva pelo medo que tenho de outro parto prematuro (não foi tão prematuro assim, pois meu primeiro filho nasceu com 35 semanas e 3 dias, ficou na minha suíte do hospital por 5 dias por causa de icterícia - o famoso amarelão, mas nasceu de parto normal com todas as violências obstétricas possíveis em um parto normal vaginal não humanizado, porém não precisou de oxigênio ou animação e etc).

Pela minha maneira de relatar meu primeiro parto nota-se que algo mudou em mim. Sim, e muito. Assisti o filme "O Renascimento do Parto" (pra quem tiver interesse em assistir a versão pirata clique aqui, aqui ou aqui, ou compre o DVD aqui), e depois disso a minha vida mudou (parece até testemunho da IURD na fogueira santa). A página oficial dos organizadores do filme no facebook é esta: https://pt-br.facebook.com/orenascimentodoparto

Assisti este filme numa quarta-feira a tarde sozinha (me desmontei em choro ao descobrir que meu parto que eu achava que tinha sido maravilhoso não passou de um filme de terror - o que explica o Baby Blues que vivi), e depois assisti novamente o filme com o marido na quinta-feira a noite. Tratamos de marcar no sábado uma visita a uma maternidade, que na primeira gestação só ouvia horrores dela e nem quis conhecer, e ela é totalmente ao contrário do que me falavam, que é referência nacional em parto natural humanizado (pra quem quiser conhecê-la assista o vídeo do Youtube "SUS que dá certo - Sofia Feldman" clicando aqui). Várias pessoas que tem plano de saúde caro (assim como eu que desembolso mensalmente R$500,00/mês), ou condições para pagar o parto aonde quer que seja, tem ido parir bem lá (no SUS).

Quanto a visita que fizemos não irei relatar, pois o vídeo do "SUS que dá certo" já explica tudo por mim e um pouco mais. Lembrando que meu primeiro parto foi na maternidade particular mais nova de Belo Horizonte (em 2012), meu plano de saúde estava em período de carência para parto, então eu desembolsei em espécie - à vista: R$10.000,00 (isso mesmo, 10 mil reais = 5 pelo parto e 5 por mais 3 dias de internação por causa da icterícia, que totalizam este gasto em 5 dias no hospital), por um parto normal não humanizado. Ohhh arrependimento com um SUS deste disponível há 10min de casa.

Visitei a maternidade e Casa de Parto Natural no sábado, fiz a visita com a ouvidora e fui apresentada a uma EO (enfermeira obstetra) que me indicou uma doula que é fotógrafa particular (apesar da maternidade ter as doulas voluntárias) com ótimas referências, e pelo preço era muito vantajoso (pacote doulagem, fotos de gestante, parto e filmagem), afinal saia muito mais barato que os 10mil gastos em um parto horroroso. 

Entrei em contato com esta doula pelo facebook e ela marcou um encontro numa reunião do Ishtar BH, e aí que minha jornada começou: Tenho participado dos encontros quinzenais deste grupo de apoio a gestantes, lá são apresentados temas (palestras), livros, vídeos, relatos de outras pessoas, chá de bençãos para as gestantes e chá de lua de leite para puérpuras e etc. Me senti em um encontro secreto, algo incomum, como o Morpheus do filme Matrix. Uma bruxa herege. Totalmente nadando contra a corrente de um rio: O sistema de saúde privada e pública do maior país da América Latina, o Brasil.

Esse grupo de apoio à gestantes trabalha em conjunto com um projeto da Prefeitura de Belo Horizonte que também tem o mesmo princípio de quem deseja ter um parto natural e humanizado, chamado Parto Ativo. E aí deste então vi que meu primeiro parto foi normal, sim, deu tudo certo (parcialmente), muitas das interferências médicas que sofri durante o parto são configuradas violência obstétricas pois eram procedimentos ditos de rotina hospitalar mas que não tem evidência e nem embasamento científico para serem realizadas, e aqui no Brasil muitas mulheres assim como eu, sofrem essa violência obstétrica sem ter consciência de que viveu (é como estuprar uma mulher dopada e ela não perceber). Pesado né? Pois é! Então não me considero militante do Ishtar, mas uma iniciante ativista. Trabalhei 1 dia como voluntária na Feira do Bebê e da Gestante no stand do Projeto Parto Ativo, representando o Ishtar, conversando com as gestantes sobre parto natural e humanizado, exibindo vídeos e expondo minha experiência de parto normal não humanizado e violências obstétricas que vivi.

E este é o motivo deu ter sumido: tenho me dedicado a busca de informações, meios e maneiras para parir com dignidade, de forma respeitosa e ativamente, sendo protagonista do meu parto, dona e empoderada do meu próprio corpo. Deixei de praticar atividade física? Não. Como desejo ter um parto ativo, tenho lido muitos artigos e livros sobre uma gestação ativa, e então a natação eu continuo fazendo. Mas que me deu uma preguiça da musculação deu. Porque? Bem, tenho feito caminhada, usado a bola de pilates para preparação do períneo (músculo entre o ânus e a vagina onde foi realizada a episiotomia sem necessidade do meu primeiro parto, já que meu filho nasceu com 2,495kg e 46cm, miúdo como eu). Além de exercícios pra minha bebê ficar na posição de apresentação cefálica (cabeça para baixo). Por isso a preguiça da musculação, e não de atividade física em si. A natação tem sido maravilhosa, não só para a manutenção do peso, drenagem linfática (quando deixo de nadar 1 semana as celulites aparecem, é só voltar a nadar que em 1 semana elas somem!), além de refrescante ... já que grávida sente mais calor.

Nesse contexto todo de Ishtar, Parto Ativo, grupo no What's App e Facebook de doulagem (que minha doula criou para dar apoio a todas gestantes clientes dela), artigos, livros e pesquisas científicas, conheci o tal do Sling Wrap e o Sling de Argola (melhor aquisição de todo o enxoval, amei e tenho usado com o meu primogênito de 2 anos e 4 meses), e usarei com minha bebê quando nascer para fazer atividades físicas e etc. Super recomendo. É difícil de achar, mas vale muito a pena.

Sobre meu estado de saúde na gestação, está tudo ótimo. Teve uma leve alteração na curva glicêmica (aquele exame que faz jejum de 12h, colhe o sangue e toma um líquido horroroso chamado dextrosol, depois colhe sangue novamente depois de 1h), mas foi por causa de uma torta que comi no final de semana anterior ao exame, a EO (enfermeira obstetra) e o GO (ginecologista obstetra) - humanizados - que fazem meu pré-natal me deram uma guia para repetir o exame e a taxa que havia dado 133 (que é diabetes-gestacional caso ela repetisse em 3 exames consecutivos), baixou para 70. Ou seja, nem precisarei fazer o terceiro exame. Só manter a minha dieta e sem dia-do-lixo (dias free), nada de exceção. Andar na linha até a reta final.

O meu ganho de peso está dentro do esperado (1kg/mês) e só tenho recebido elogios, que não estou com cara de grávida, que estou linda, que só cresceu minha barriga, que me olhando de costas nem pareço gestante, que vou voltar rapidinho meu corpo, etc etc etc... resumindo: Meu ego anda lá em cima! Na primeira gestação engordei 22kg e perdi meu corpo de atleta (minha barriga de tanquinho e a o manequim 34/36), e nesta gestação como não estava escultural antes de engravidar foi mais fácil lidar (mentalmente) com tudo. Mas te digo uma coisa: ESTOU AMANDO estar grávida! Descobri que amo gestar, amo parir, amo amamentar, amo ser mãe. Que morri de saudades até dos incômodos, dos chutes e cotoveladas de dentro pra fora, de saber que meu sangue é fonte de alimento e oxigênio para um novo ser.

Quanto ao parto, tenho um Plano de Parto, terei o auxilio da minha doula (e fotógrafa), além de duas enfermeiras obstetras que contratei de uma equipe particular para me assistirem, e farei o meu parto ativo de maneira mais natural possível e sem intervenções médicas e farmacológicas. Como tive a experiência de ter tido 43h de bolsa rota, 16h de contrações (sendo 8h delas na ocitocina sintética intravenosa) e recebi analgesia (epidural) somente na fase expulsiva do parto (acho que fiquei anestesiada uns 20 min), acho que sei lidar bem com a dor, com as contrações, com o trabalho do parto em si. Então decidi não tomar analgesia, somente se ocorrer alguma intercorrência. Usarei formas alternativas de alívio da dor como: a bola de pilates, banheira com água quente, massagem, yoga, respiração, acupuntura, mantras, escalda pés, moxa, meditação. O que estiver ao meu alcance. E é claro, não serei negligente e irresponsável, muito menos inconsequente, de levar este parto ativo até o final colocando a minha vida e a vida da minha filha em risco (sim: é uma MENINA), se for preciso aceito numa boa uma cesariana emergencial, é claro se for para salvar as nossas vidas com indicações clínicas bem claras (sou contra cirurgia cesariana eletiva, ao meu ver ela sendo eletiva não é parto, e quem marca sem ao menos entrar em "trabalho de parto" é menos mãe sim, e não ama ao seu filho! PS: o blog é meu e eu escrevo o que bem entendo, se quiser debater procure um fórum!).

Quanto ao enxoval está 95% pronto, se ela nascer tem tudo certo. Eu que sou muito perfeccionista e detalhista, e ao meu ver faltam 5% para que tudo fique ao meu gosto, ou até eu inventar alguma moda que não deixe 100% perfeito. O quarto está decorado, roupas compradas (lavadas e passadas), mala maternidade pronta, tudo acertado com os profissionais que irão me assistir, marido preparado, tudo certo.

Então é isso. Ela foi tão minuciosamente planejada, que a idade cronológica dela é exatamente a mesma da idade gestacional diagnosticada nos exames de ultrassom. Quando puder faço publico um texto falando só sobre o planejamento e preparação desta gravidez. Agora falta pouco, estamos exatamente com 32s e 1d (8 meses de gravidez), com a DPP (Data Prevista do Parto) para final de Outubro/2014.

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